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Neurofibromatose tipo 1

A neurofibromatose tipo 1 (NF1), é uma doença genética caracterizada pelo desenvolvimento de várias manchas café com leite, sardas axilares e inguinais; tumores benignos de nervos na bainha dos nervos periféricos (neurofibromas) hamartomas na íris (conhecidos como de nódulos de Lisch) e nódulos na coróide. 

A síndrome ocorre devido a mutações no gene NF1. A maioria das pessoas com a Neurofibromatose do tipo 1 herdaram a mutação do pai ou da mãe. Essas mutações são germinativas, que são aquelas que estão presentes nos espermatozóides ou óvulos que formaram o indivíduo, ou seja, são mutações hereditárias.

Em 50% dos casos de neurofibromatose do tipo 1 são devidos a uma mutação nova, que é aquela em que uma variante genética  está presente pela primeira vez em um membro da família. Sendo uma condição autossômica dominante, tanto aqueles indivíduos que herdaram a mutação de um dos pais, quanto os que tiveram uma mutação nova, tem um risco de 50% de passar a mutação para os filhos.

O gene NF1 fornece instruções para a produção de uma proteína chamada neurofibromina. Esta proteína é produzida em muitas células, incluindo oligodendrócitos e células de Schwann. A neurofibromina atua como um supressor de tumor, o que significa que regula a divisão celular, impedindo que as células cresçam e se dividam muito rapidamente ou de forma descontrolada.Mutações no gene NF1 levam à produção de uma versão não funcional da neurofibromina, como resultado, tumores como os neurofibromas podem se formar ao longo dos nervos.

Cerca de 20 a 50% das pessoas com NF1 desenvolvem neurofibroma plexiforme que são  neurofibromas que surgem de vários nervos como massas protuberantes e deformantes envolvendo também tecido conjuntivo e dobras cutâneas. Mas a maioria é interna e não há suspeita clínica.

Em 8 a 15% dos indivíduos afetados, os neurofibromas podem sofrer transformação maligna, são os tumores malignos da bainha do nervo periférico, sendo as neoplasias malignas mais associadas à NF1. Esses tumores estão associados a dor e  desenvolvimento de um déficit neurológico e requerem avaliação e tratamento urgentes.

Mulheres com NF1, possuem um risco 3,5 vezes maior de desenvolver câncer de mama ao longo da vida e um risco cinco vezes maior de desenvolver câncer de mama antes dos 50 anos. O câncer de mama  tende a se apresentar de forma mais agressiva do que nas mulheres sem NF1.

Gliomas ópticos podem ocorrer e tendem a se manifestar em uma idade mais jovem e com um curso mais benigno quando comparado a crianças sem NF1. Os gliomas não ópticos também podem ocorrer e tendem a seguir um curso menos agressivo do que aqueles que não têm NF1.

A neurofibromatose tipo 1 é diagnosticada através de critérios clínicos, que são descritos abaixo:

  • Seis ou mais manchas café com leite com diâmetro acima de 5mm em indivíduos pré-púberes ou acima de 15mm, em pós-púberes.

  • Dois ou mais neurofibromas de qualquer tipo ou um neurofibroma plexiforme.

  • Efélides (sardas) em região axilar ou inguinal.

  • Glioma óptico.

  • Dois ou mais nódulos de Lisch 

  • Uma lesão óssea característica, como displasia esfenoidal ou pseudoartrose tibial

  • Um parente em primeiro grau (pais, irmãos ou filhos) com NF-1 que preencha os critérios acima

Uma pessoa com suspeita de NF1 deve ser encaminhada ao aconselhamento genético. Ao ter a NF1 confirmada, é recomendado que os familiares também sejam avaliados em uma consulta com o médico geneticista. 

Os pacientes e os familiares com NF1 seguem em acompanhamento com o médico geneticista, sendo esse um membro da equipe multidisciplinar permanente que deve acompanhar o paciente.
 

REFERÊNCIAS:

 

ABDOLRAHIMZADEH, Barmak et al. Neurofibromatosis: an update of ophthalmic characteristics and applications of optical coherence tomography. Clinical Ophthalmology. Rome, 2016, p. 851-860. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4874640/pdf/opth-10-851.pdf

 

AMERICAN SOCIETY OF CLINICAL ONCOLOGY. Neurofibromatosis Type 1. Cancer.Net ASCO. [S.I.], 2020. n p. Disponível em: https://www.cancer.net/cancer-types/neurofibromatosis-type-1

 

DOMBI, Eva et al. Activity of Selumetinib in Neurofibromatosis Type 1–Related Plexiform Neurofibromas. N Engl J Med. Bethesda, 2016, p. 2550-2560. Disponível em: https://rarediseases.org/rare-diseases/neurofibromatosis-type-1-nf1/

 

FRIEDMAN, JM et al. Neurofibromatosis 1. GENEREVIEWS®. Seattle, 2019, p. 1-45. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1109/pdf/Bookshelf_NBK1109.pdf

 

U.S. NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE. Neurofibromatosis type 1. MEDLINEPLUS. [S.I.] [S.I.] , 2020, p. 1-4. Disponível em: https://medlineplus.gov/download/genetics/condition/neurofibromatosis-type-1.pdf

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