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Mutações em PALB2 e o risco de câncer de mama

O gene PALB2 codifica uma proteína que pode funcionar como supressora tumoral. Essa proteína é a principal parceira de ligação da proteína BRCA2, controlando sua localização intranuclear e estabilidade. Além disso, a proteína PALB2, liga às proteínas BRCA1 e BRCA2 na recombinação homóloga.

 

Mutações patogênicas ou  provavelmente patogênicas no gene PALB2 estão associadas com aumento do risco de câncer de mama e o risco aumenta de acordo com o número de parentes afetados pelo o câncer de mama. O risco é de 33% aos 70 anos de idade para aqueles sem parentes de primeiro grau com câncer de mama e de 58% para aqueles que possuem dois ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama. 

 

É uma condição herdada de forma autossômica dominante, sendo assim, tem um risco de 50% de ser passada para os filhos.

 

A mastectomia bilateral redutora de risco em pacientes com mutações patogênicas ou provavelmente patogênicas pode ser considerada com base na história familiar.

 

Alguns estudos sugerem uma associação entre PALB2 e aumento do risco de câncer de ovário. A salpingo-ooforectomia redutora de risco pode ser considerada após a menopausa ou antes, se houver histórico familiar de câncer do ovário.

 

Mutações em PALB2 foram associadas ao câncer pancreático e ao câncer gástrico. Possíveis associações com câncer de ovário e câncer colorretal foram sugeridas, mas a evidência estatística é fraca.

 

Mutações que promovem a perda da função de PALB2 conferem uma predisposição ao câncer de pâncreas, mas o risco ao longo da vida em portadores ainda não quantificado.

 

Mutações no gene PALB2 são herdadas de forma autossômica dominante, ou seja, as pessoas com mutação em uma das cópias do PALB2, possuem um risco de 50% de passar a mutação para os filhos.
 

Anemia de Fanconi

Mutações em PALB2 estão associados à anemia de Fanconi, mas diferente do que foi descrito acima, essa é uma condição de herança  autossômica recessiva. 

 

A anemia de Fanconi é caracterizada por anormalidades físicas, insuficiência da medula óssea e aumento do risco de malignidade. Anormalidades físicas, presentes em aproximadamente 75% dos indivíduos afetados, incluem um ou mais das seguintes características: baixa estatura, pigmentação anormal da pele, malformações esqueléticas dos membros superiores e/ou inferiores, microcefalia, malformações oculares e geniturinárias. A incidência de leucemia mieloide aguda é de 13% aos 50 anos. Tumores sólidos - principalmente de cabeça e pescoço, pele e trato geniturinário - são mais comuns em indivíduos com AF.


Sendo uma doença autossômica recessiva, ambas as cópias do gene PALB2 estão mutadas em todas as células. Os pais de um indivíduo com condição autossômica recessiva possuem, cada um, uma cópia do gene mutado, mas normalmente não apresentam sinais e sintomas da doença. O risco para os irmãos do paciente herdarem as duas cópias mutadas é de 25%.

REFERÊNCIAS:

 

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